A
palavra illuminati tem sua origem no latim e significa
literalmente iluminado. No entanto, iluminado é uma expressão
muito comum no vocabulário ocultista, principalmente quando se trata
de grupos secretos e doutrinas específicas, fazendo referência a
uma elevação espiritual da qual seus membros supostamente são
dotados.
Dessa
forma, ao longo da história, encontram-se vários registros sobre os
"iluminados" em culturas bastante distintas. Na Europa
medieval, precisamente entre os séculos XV, XVI e XVII, havia
"iluminados" na Espanha, Itália e França, sob a alcunha
de alumbrados, illuminés e martinistas,
por exemplo. Ainda, personagens como Inácio de Loyola estariam
envolvidos de alguma forma, ou pelo menos nutriam uma certa
proximidade, com um destes grupos. Sob uma abordagem mais
ampla,maçons,
rosacruzes e templários podem
ser incluídos no mesmo ponto de vista.
Naturalmente,
devido à poderosa influência da Igreja Católica neste período,
algumas destas sociedades secretas foram investigadas e desmembradas
pelo implacável sistema
inquisitório; anulando, dessa forma, importantes registros
históricos sobre suas atividades.
As
origens da Ordem
Há
pelo menos duas possíveis origens da ordem que atualmente é
conhecida por Illuminati. Robert Wilson, autor de O
Livro dos Illuminati,
afirma que a ordem fora concebida em 1090 por Hassan Isabbah com o
nome de Ismaelita(posteriormente
conhecidos como Haxixinos devido
ao consumo de haxixe) e um propósito ocultista de atingir a
imortalidade através de práticas de magia. Esse grupo de Isabbah
teria sido aniquilado pelos mongóis de Gengis-Khan sendo que alguns
poucos sobreviventes migraram para o ocidente e deram continuidade
aos preceitos da extinta ordem.
Outra
hipótese refere-se à ordem conhecida por Illuminati
da Baviera.
Fundado no primeiro dia de maio do ano de 1776 por Adam Weishaupt e
Adolph Von Knigge, na região da Baviera, Alemanha, o grupo reuniu
pensadores e intelectuais e, dentre seus membros, encontravam-se
personalidades influentes da arte e da política.
Inicialmente,
auto-intitulados de Ancient
and Illuminated Seers of Bavária – AISB (Antigos e Iluminados
Profetas da Baviera) e
posteriormente conhecidos apenas por Illuminati ou Illuminati
Bávaros,
o grupo aparentemente não tinha propósitos ocultistas, mas
essencialmente iluministas (apesar de serem considerados gnósticos).
No entanto,
pode-se dizer que constituía-se como uma "sociedade secreta"
pois sua organização, estrutura e quadro de membros não era
totalmente revelada. Havia uma espécie de recrutamento ou convite
velado à maçons e ex-maçons a fim de compor a ordem, e uma
hierarquia distinta em escalas na qual cada membro comprometia-se em
obediência ao superior.
A ordem
propagou-se em vários países europeus e estima-se ter atingido um
número próximo a 2000 membros. Entretanto, devido ao rigor do
governo bávaro em relação à manifestações não religiosas,
ainda mais às supostas sociedades secretas, a ordem perdeu força e
diluiu-se em pouco tempo, sendo encerrada em 1788.
Em outra
perspectiva, a Ordem dos Illuminati Bávaros seria apenas um resgate
da ordem de Isabbah promovido por Weishaupt; sendo que o próprio
Weishaupt seria um estudante de ocultismo.
Conspiração
Secular
De qualquer
forma, uma grande parte da fama conspiratória adquirida pelos
Illuminati ganhou seus primeiros contornos nos anos seguintes, entre
o final do século XVIII e início do século XIX. Neste período,
seus opositores iniciaram uma "campanha" na qual tentava
desvirtuar os propósitos primitivos atribuindo-lhe um caráter
revolucionário e conspiratório.
De um modo
geral, a tese dos opositores afirmava que havia um plano sendo
articulado no sentido de infiltrar membros da ordem Illuminati nos
mais elevados postos do poder político e econômico mundial.
O
livro Memórias
Ilustrativas da História do Jacobinismo,
de Augustin Barruél, de 1797, abordava um sistema conspiratório
entre Templários, Rosacruzes, Jacobinos e Illuminati, chegando a
atribuir à ordem uma participação intelectual significativa na
Revolução Francesa em 1789. No ano seguinte, o professor escocês
John Robinson publicou Provas
de uma conspiração contra todas as religiões e governos da
Europa, no
qual atribuía aos Illuminati a mecanização de um movimento com o
objetivo de anular o poder das religiões e instituir um sistema de
governo único sobre todas as nações. Posteriormente, esta obra
recebeu o acréscimo de citações do livro de Barruél. Outras
sociedades como Skull
and Bones (fundada
em 1832 nos Estados Unidos) seriam derivadas da Illuminati.
O estadista
americano Thomas Jefferson (presidente dos EUA no início do século
XIX) foi uma das poucas vozes que destoaram da campanha negativa em
relação à Illuminati. Jefferson afirmava que a ordem pretendia
introduzir valores morais na sociedade e relacionou seu caráter
secreto a uma necessidade devido às imposições religiosas e
governamentais da época.
Conspiração
Contemporânea
Atualmente,
há a idéia de que a ordem não foi extinta no fim do século XVIII;
apenas ocultou-se socialmente e ainda influencia as diretrizes que
conduzem as maiores potências mundiais.
René
Chandelle, autor de Os
Illuminati e a Grande Conspiração Mundial,
afirma que a ordem nunca se extinguiu e está promovendo o início da
Terceira Guerra Mundial através dos conflitos religiosos entre os
povos árabes. A mesma obra afirma que os Illuminati têm cinco
objetivos principais:
- erradicar todos os governos de modo que haja apenas uma autoridade mundial (a própria Ordem Illuminati);
- o fim das propriedades pessoais, para que todos os bens sejam de propriedade do estado Illuminati;
- eliminar o conceito de nações e patriotismo, para que todos os países sejam componentes de um único império presidido pela Ordem;
- fim do conceito cristão de famílias, sendo que o amor e o desejo de união sejam mais significativos do que as imposições religiosas;
- o fim das religiões, para que estas não influam no pensamento e comportamento humano, apenas os ideais Illuminati prevaleçam.
Sob este
ponto de vista, os Estados Unidos teriam se fundamentado política e
economicamente sobre os supostos ideais nefastos da Illuminati. Uma
possível referência seria a simbologia ocultista da pirâmide
encabeçada pelo "olho que tudo vê" e a frase "Novus
Ordo Seclorum" (Nova Ordem Secular) a um hipotético lema
instituído pela ordem.
Ainda, as
divisões da bandeira americana (listas horizontais) são
equivalentes às divisões da pirâmide impressa. O próprio
grande-selo, símbolo do estado americano, traria em si diversas
referências enigmáticas aos Illuminati e à Maçonaria: a águia
central, a quantidade de penas em suas asas, número de flechas e
estrelas e a inscrição latina seriam indícios da influência de
sociedades secretas (como a Ordem Illuminati) na fundação e na
condução política e econômica de toda a história dos Estados
Unidos.
Ainda,
fatos históricos como o assassinato de John Kennedy e o acidente
fatal de Lady Diana teriam sido manipulados e executados por membros
da Illuminati. O RPG de Steve Jackson intitulado INWO
(Illuminati – New World Order ou Illuminati – Nova Ordem
Mundial),
lançado em 1995, faz alusões a acontecimentos futuros na história
da humanidade, incluindo duas cartas que representam claramente os
atentados de 11 de Setembro de 2001. No entanto, isto não significa
que o autor seja um membro da Ordem, mas, ao menos, tinha
conhecimento de seus planos.
No
Brasil, os Illuminati teriam seus tentáculos inseridos através do
grupo intitulado Os
Aquisitores.
Este grupo teria sido responsável pela renúncia do Jânio Quadros,
na instauração do Regime Militar em meados da década de 60 e em
outros diversos acontecimentos políticos como mortes misteriosas de
homens influentes até a recente eleição presidencial.
Iluminados
na Cultura
A
Ordem Illuminati é freqüentemente retratada na cultura popular,
incluindo cinema, música, literatura, jogos eletrônicos e de
tabuleiro. Uma de suas mais recentes e célebres referências
encontra-se no livro Anjos
e Demônios do
escritor americano Dan Brown. Nesta obra, o autor cita a Illuminati
como uma ordem secreta que, em uma trama envolvendo poder político,
religião e conspiração, busca uma vingança histórica contra a
igreja Católica. Outra referência literária é O
Pêndulo de Foucault de
Humberto Eco, no qual o autor cita várias ordens secretas, incluindo
a própria Illuminati.
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